fonte: http://guiadasemana.hagah.com.br/Sao_Paulo/Teen/Noticia/Campo_de_batal ha.aspx?id=68194
Separação entre os pais é um momento muito difícil para qualquer família. Mas a situação fica ainda pior quando os filhos ficam no meio de um fogo cruzado entre os dois. Muita gente não sabe, mas influenciar negativamente contra o genitor é um ato conhecido como alienação parental e é proibido por uma lei que foi sancionada recentemente pelo presidente Lula. Geralmente, quem detém a guarda pode tentar desconstruir a imagem do ex- cônjuge para o filho e, assim, manipular seus sentimentos. Amigos, familiares, vizinhos também podem tentar fazer o mesmo. Mas o quadro fica mais complicado quando o adolescente começa a responder a essa alienação e recusar um dos genitores, o que caracteriza a síndrome de alienação parental. Isso pode levar a rompimentos e afastamentos traumáticos.
Segundo Sandra Vilela, advogada especialista na área de família e colaboradora do site Pai Legal, os pais sentem uma dor profunda com a separação e, muitas vezes, acabam prejudicando os filhos. Geralmente, eles não notam a diferença entre a relação conjugal e a parental. “O fato de a pessoa ter tido uma atitude ruim no casamento não significa que terá as mesmas atitudes com o filho”, explica.
Em cima do muro
Para se proteger dessa guerra e não se machucar, o jovem não tem que se envolver nos problemas dos pais. Segundo Sandra, uma forma de se proteger é deixar claro que a briga não é um problema seu e que você não deve tomar partido por que ama os dois da mesma forma. “O motivo da separação não compete ao filho e não muda o relacionamento que ele tem com os pais”, afirma.
De acordo com a psicopedagoga Maria Irene Maluf, uma das melhores formas de não entrar nesse “jogo”, é falar francamente com eles sobre como você está se sentindo e não se influenciar por opiniões que um tem do outro e nem se envolver em chantagens emocionais. “Como foram os pais que se divorciaram, não cabe aos filhos se intrometerem, mesmo porque as causas nem sempre são apenas aquelas que parecem ser”, diz.
Segundo Maria, comentar com terceiros ou permitir que outras pessoas fiquem falando de seus pais, os criticando ou mesmo especulando fatos, deve ser terminantemente proibido. Outra coisa importante é nunca contar o que viu na casa do ex-cônjuge e nem ser confidente de quem detém a sua guarda. “O jovem não pode passar de filho para o “bode expiatório” e nem ser o “pombo correio” entre os pais”, alerta. Compreensão e maturidade
Também é importante não se revoltar contra quem está tentando promover intrigas. Em primeiro lugar, é preciso entender que os pais estão sofrendo e não têm culpa, pois não sabem o que estão fazendo. “O ideal é não se envolver nos sentimentos dos pais. O adolescente precisa tentar a reaproximação, porque pode perceber mais para frente que está sendo manipulado e isso pode gerar revoltas”, afirma. Caso a situação esteja muito grave, é possível procurar até o conselho tutelar. Mas, na maioria das vezes, é suficiente conversar com a família e procurar um adulto de confiança. É necessário lembrar que lei traz várias punições contra alienação parental. “A primeira é uma advertência. Depois, há pagamento de multas que, normalmente, são violentas. Se isso não resolver, é possível inverter a guarda”, explica a advogada Sandra Vilela. Passar por situações de discórdias entre os pais sempre é difícil e pode gerar muitas angústias e ressentimentos. Por isso, é interessante prestar atenção aos seus sentimentos e abrir o jogo com aqueles que estão por perto. Se for o caso, é possível pedir o auxílio de um psicólogo para que você possa superar os problemas da melhor forma possível. Lembre-se que os motivos da separação não têm nada a ver com o seu envolvimento como filho e, por isso, o relacionamento deve com quem saiu de casa deve ser mantido da mesma forma.